07/07/2013 – 11:00h
Combate.com
O que seria
maior do que enfrentar uma cirurgia e ter de
superar uma tempestade que devastou a sua casa? Muitos diriam que
nada. Mas Chris Weidman provou, neste
sábado, que o impossível não existe. Com uma atuação taticamente perfeita e
séria, ele fez diante de Anderson Silva o que prometeu:
história. No feriado da independência americana, o lutador nascido na pequena
cidade de Mineola, no estado de Nova York, deu um presente ao seu país ao
ganhar o maior prêmio de sua carreira - o cinturão dos médios do UFC derrotando
o maior lutador de MMA que já existiu. Com um nocaute devastador a 1m18s do
segundo round diante de um adversário debochado e desrespeitoso ao extremo,
Weidman teve o braço levantado, se manteve invicto com dez vitórias em dez lutas,
chocou o mundo e acabou com um dos maiores reinados da história do MMA em todos
os tempos. De quebra, impôs o primeiro nocaute da carreira do Spider, e a sua
primeira derrota em mais de seis anos. Mas, acima de tudo, provou que a
seriedade e o respeito ainda são o principal ensinamento da vida e das artes
marciais, sejam elas mistas ou não.Chris Weidman parecia não acreditar no que havia conquistado, mas disse que estava preparado para as provocações do brasileiro.

- Achei
que ele não deveria brincar comigo. Eu estava preparado para isso. Sabia que
poderia fazer isso e consegui. Eu me sinto incrível por isso. Imaginei isso
acontecendo. Ainda parece muito surreal. A única forma de isso acontecer era
por Deus. Obrigado ao MMA.
O agora
ex-campeão preferiu exaltar Chris Weidman e a sua conquista, e negou ter
desrespeitado o adversário e também que queira se aposentar.
-
Trabalhei duro para essa luta. Respeito todos no UFC, respeito os EUA. Meu
grande sonho era trabalhar aqui. Quero dizer obrigado ao Lorenzo, ao Dana.
Chris foi melhor hoje, ele é o melhor agora. Chris é o novo campeão.

A luta
Antes da
luta, Anderson Silva não tocou luvas com o desafiante. Quando o combate
começou, o brasileiro fez a sua movimentação tradicional, saltando para os
lados e evitando a aproximação de Weidman. O americano conseguiu encurtar a
distância e rapidamente levou a luta para o chão, ficando por cima e aplicando
alguns golpes, e transicionando para o ataque nas pernas. Após tentar uma chave
de joelho e uma chave de calcanhar, o americano perdeu a posição e Anderson
conseguiu desvancilhar-se da posição, voltando para a luta em pé.
A partir
daí, começou o show de provocações do brasileiro, que se provou letal minutos
depois.

Após baixar
a guarda e pedir para Weidman golpeá-lo, Anderson Silva fingiu rir do
adversário, colocou as mãos na cintura e chamou o americano para a luta,
pedindo que ele o golpeasse. No fim do round, um beijo encerrou as ações.
No início
do segundo round, Anderson chamou Weidman para a luta, pedindo que o
americano lutasse. Mas exagerou nas provocações, e perdeu o foco no combate.
Dando o rosto para ser golpeado, o brasileiro fingiu tremer, dançou e riu, mas
não contava com um um cruzado de esquerda seguido por uma sequência de socos
que o derrubaram e forçaram o árbitro Herb Dean a encerrar o combate. Weidman
cumpriu o que prometeu, conquistou o cinturão e festejou com a bandeira
americana no centro do octógono, encerrando uma era e, talvez, iniciando uma nova.

Ao
som de "Born in the USA", de Bruce Springsteen, os dois se abraçaram
e se cumprimentaram antes de deixar o octógono.