13/12/2012 17h37 atualizado em 13/12/2012 17h37
O São Paulo
conquistou nesta quarta-feira o título da Copa Sul-Americana de forma
inesperada. No intervalo da partida no estádio do Morumbi, com o time
brasileiro vencendo por 2 a 0 - com gols de Lucas e Osvaldo -, o time argentino
do Tigre não voltou ao campo. Depois de mais de 30 minutos de muita confusão,
indefinição e conversas entre dirigentes, o árbitro chileno Enrique Osses apitou
o final do jogo mesmo sem a presença dos argentinos.
Apesar do anticlímax, os jogadores
são-paulinos, no gramado, puderam então comemorar a inédita conquista da
competição continental, acompanhados dos 67 mil torcedores presentes no
Morumbi, encerrando um jejum de quatro anos sem troféus. O São Paulo não
faturava um título desde a conquista do Campeonato Brasileiro de 2008.
A final desta quarta coroou a despedida de
Lucas, negociado com o Paris Saint-Germain. O atacante, que faturou seu único
título pelo time profissional do São Paulo, marcou o primeiro gol da partida e
deu a assistência para o segundo, anotado por Osvaldo. Com um bom entrosamento,
a dupla e Willian José compensou a ausência do suspenso Luis Fabiano.
Com inesperada facilidade, o São Paulo
resolveu o jogo ainda no primeiro tempo, ao balançar as redes aos 22 e aos 27
minutos. E nem precisou disputar a segunda etapa. Uma confusão, iniciada ainda
antes do intervalo, levou o Tigre a desistir da partida, sem voltar ao gramado
para a parte final do confronto.
A confusão começou depois que Lucas foi
atingido no rosto em uma dividida com Orban. O são-paulino precisou deixar o
gramado para conter sangramento no nariz. Ao retornar, apontou o algodão
manchado de sangue ao marcador, o que revoltou os demais jogadores do Tigre.
Após o apito final na primeira etapa, os
argentinos cercaram o atacante, afastado do grupo pelos outros jogadores do São
Paulo. Atletas do Tigre ameaçaram agredir são-paulinos, o que gerou a expulsão
de Paulo Miranda e Díaz ainda no intervalo.
Na tentativa de evitar maior confusão,
jogadores do São Paulo entraram para os vestiários, enquanto policiais
militares cercaram a entrada do vestiário argentino na tentativa de reprimir um
possível confronto entre os atletas do Tigre e são-paulinos.
A presença da polícia na entrada do vestiário
deixou a final em suspenso. Após atraso de 20 minutos, a arbitragem cobrou uma
resposta dos argentinos, que se recusaram a voltar a campo. Jogadores do Tigre
alegaram falta de segurança para retomar o jogo, por conta de supostas
agressões de seguranças do São Paulo e de policiais dentro do vestiário. E até
apontaram marcas de sangue nas paredes.
O JOGO
Com a mesma dificuldade do jogo de ida, em superar a defesa argentina, o São Paulo parou na retranca do Tigre nos primeiros minutos da decisão. Na tentativa de vencer o jogo truncado, o time da casa tentava acelerar a saída de bola para surpreender a defesa argentina.
O primeiro chute a gol, no entanto, surgiu
dos pés dos argentinos. Botta finaliza rasteiro da esquerda e para na defesa de
Rogério Ceni, aos 14 minutos. O São Paulo respondeu com mais eficiência. Jadson
iniciou rápida jogada com Willian José, que acionou Lucas para finalização
certeira, aos 22: 1 a 0.
Jogando mais solto, e acelerando as trocas de
passe, o São Paulo ampliou a vantagem cinco minutos depois. Inspirado, Lucas
atuou como garçom e deu passe preciso para Osvaldo, em posição duvidosa, sair
na cara do gol e bater na saída de Albil.
O segundo gol deixou a torcida ainda mais
empolgada. Aos 35 minutos, já gritava "olé" nas arquibancadas.
Irritados, os jogadores do Tigre passaram a exagerar nas faltas. Em uma
dividida, Orban acertou o braço no rosto de Lucas, o que gerou os primeiros
atritos entre jogadores dos dois times.
Sem precisar disputar o segundo tempo, o São
Paulo se sagrou campeão da Copa Sul-Americana e encerrou sua temporada 2012 com
um título internacional que não exibia há sete anos.
