segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Demência

Por Luciula Valença                                                           31/12/2012 - 22h00
sdesaude.luciulavalenca@hotmail.com

O perfil demográfico brasileiro e mundial vem sendo modificado: Hoje a expectativa de vida é maior e melhor, pois os idosos convivem com os problemas ligados ao envelhecimento e driblam a previdência, a saúde pública/privada, incapacidades e qualidade de vida. Estes refletem os avanços em saúde em diversos segmentos como farmacológicos, avanços tecnológicos e científicos, intervenções médicas e cirúrgicas e a redução progressiva da natalidade (planejamento familiar). A Organização Mundial da Saúde – OMS estima que entre 1970 e 2025 haverá um crescimento em torno de 694 milhões no número de pessoas idosas vivendo no mundo, sendo em 2025 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos, e até 2050 alcançará 2 bilhões de idosos no mundo.
Essa expectativa de vida reflete diretamente na manutenção e preservação da saúde nesta população aliada a permanência e o convívio familiar. Nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos, esta é a sequência natural do ciclo de vida. Porém quando nossos pais, tios, amigos, visinhos envelhecem percebemos que a biomecânica, força, disposição já não é a mesma, e alguns “velhinhos” apresentam uma irritação, esquecimento, perdem as consultas, deixam de fazer tarefas que antes gostavam. E essa confusão não é genialista, trata-se do envelhecimento que requer uns cuidados em especial da família.
Em alguns casos os idosos apresentam DEMÊNCIA. A síndrome não é fácil de diagnosticar, especialmente em seus estágios iniciais, os idosos apresentam problemas de memória, desorientação, problemas de comunicação e raciocínio, e mal-entendidos, incapacidade de realizar tarefas antes executadas no dia a dia, e comportamento como irritabilidade e inadequação, que por vezes são atribuídos a traços de personalidade ou ignorados.
Demência pode ser definida como síndrome caracterizada por declínio de memória associado a déficit de pelo menos uma outra função cognitiva (linguagem, gnosias, praxias ou funções executivas) com intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo. Ela pode afetar homens e mulheres e  mais comum com idade superior a 65 anos
Existem várias doenças e condições que resultam em demência. Estes incluem:

A doença de Alzheimer - A causa mais comum. Durante o curso da doença da química e estrutura da mudança do cérebro, que conduz à morte das células do cérebro. Problemas de memória de curto prazo é normalmente o primeiro sinal perceptível.
Demência vascular - Se o suprimento de oxigênio para o cérebro falha devido à doença vascular, as células cerebrais são propensos a morrer e isso pode causar os sintomas de demência vascular (pequenos derrames cerebrais).
Demência com corpos de Lewy - A sua presença no cérebro conduz à degeneração do tecido cerebral.Os sintomas podem incluir desorientação e alucinações, bem como a resolução de problemas com raciocínio, planejamento e problema. A memória pode ser afetada em menor grau. 
Demência fronto-temporal (incluindo a doença de Pick) - Em demência fronto-temporal, o dano é geralmente focada na parte frontal do cérebro. Na primeira, mudanças de personalidade e comportamento são os sinais mais óbvios.
E mais raras - degeneração cortical, Creutzfeldt-jakob, relacionada com o HIV, comprometimento cognitivo,  Huntington, esclerose múltipla, Niemann-pick tipo  C, hidrocefalia de pressão normal, doença de Parkinson, atrofia cortical posterior, paralisia supranuclear progressiva.

A prevalência da demência na população geral é de cerca de 1%, chegando a 20% na população idosa. Para ser diagnosticada é necessário ir a um médico que fará uma avaliação detalhada com histórico do paciente e exames que facilitaram o diagnostico. A doença é progressiva e tende a se agravar ao longo do tempo deixando os portadores incapacitados. Contudo existem medidas que podem retardar a progressão da doença: ter uma dieta saudável, não fumar ou ingerir bebidas alcoólicas, manter um peso aceitável, praticar exercícios regularmente como, atividades que reduzem o risco de demências: leitura, escrita criativa ou manter um diário regular ou blog, aprender novos idiomas, tocar instrumentos musicais, a educação continuada, jogar jogos como tênis, golfe, boliche, natação, caminhada. Manter o cérebro ativo por enigmas resolver, palavras cruzadas, anagramas e enigmas também pode ajudar, controlar e verificar frequentemente taxas de pressão arterial, diabetes, e anomalias de tireóides entre outros.
O tratamento da demência depende da doença que a provoca. Em alguns casos o tratamento tem como objetivo retardar os sintomas, em outros casos a causa é identificada e tratada. Utiliza-se medicamentos antipsicóticos, estabilizadores de humor, estimulantes do SNC, medicamentos que retardam a progressão da doença; Psitoterapia – terapia comportamental, estimulação cognitiva e terapia da orientação da realidade; Cuidados familiares.
Com a dificuldade de cuidar de si mesmo provocado pela lesão a nível hipotalâmico (cérebro), a demência em idosos requer cuidados, paciência, tolerância. É importante que um membro familiar ou cuidador esteja presente na vida do idoso para verificar a dieta nutricional e farmacológica, além de auxiliar em atividades de vida diária como um simples pentear cabelos ou escovar os dentes.
Cuidar é um ato de amor como o próximo a final todos nós fomos jovens e envelheceremos um dia. E o que o S de Saúde quer de você leitor, é que envelheça. Mas envelheça com qualidade !!!