Por Luciula Valença 30/11/2012
- 14h30
sdesaude.luciulavalenca@hotmail.com
Dia 1 de
dezembro é o Dia Mundial de Combate a AIDS. Desde sua descoberta em 1983 a
sociedade teme uma pandemia capaz de dizimar milhares, assim como a Peste Negra
fez durante o século XIV. Os constantes avanços tecnológicos, científicos, em
pesquisas e fármacos desmistificaram a doença, como preveni-la e como
controlá-la. Porém a humanidade clama por saúde, em especial para CURA, melhor
dizendo, uma vacina que assim, como outras infecções possam ser prevenidas ou
tratadas.
A ONU
(Organização das Nações Unidas) e Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas
sobre HIV/Aids) tem como meta e prioridade até 2015 o número Zero: Zero novas
infecções pelo HIV; Zero discriminação; Zero óbitos relacionados à AIDS.
Em 2011 junto a organizações, governos,
representantes e sociedade civil e de grupos de portadores com HIV em todo
mundo foi estabelecido novos rumos e prioridades ao programa que mobiliza e
apoia os países para alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e
cuidados relacionados ao HIV.
O Termo AIDS significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é o estagio final
da infecção causada pelo Vírus HIV ou Vírus da Imunodeficiência Humana
(um retrovírus) que ataca o sistema imunológico, este responsável por defender
o organismo de doenças que deixa os portadores mais vulneráveis a infecções e
cânceres.
O HIV tem como alvo principal os leucócitos com receptores CD4, conhecidas como
células-T CD4+ ou apenas CD4. O vírus usa esse receptor para se ligar à célula
hospedeira. O HIV infecta diversos tipos células-T CD4, mas seu principal alvo
é a célula-T CD4 auxiliar. As células-T CD4 auxiliares sadias liberam
substâncias químicas especiais denominadas citocinas, que estimulam as
células-B, as células NK (natural killer) e outros aliados do sistema
imunológico que tentam combater o vírus. Quando o vírus danifica e destrói as
células-T CD4 auxiliares, todo o sistema imunológico é desestruturado.
O vírus ataca a imunidade, responsável por memorizar, reconhecer e destruir
micro-organismos estranhos que adentram nosso corpo. Quando o HIV ataca o
sistema imunológico vai alterando o DNA dessa célula e fazendo cópias de si
mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para
continuar a infecção.
Estágios:
Doença de seroconversão - isto ocorre em 1 a 6 semanas após a
aquisição da infecção. Com sintomas semelhantes a gripe.
Infecção assintomática - os níveis de vírus são baixos e replicação
continua lentamente. Os níveis de CD4 e CD8 são normal.
Linfadenopatia generalizada persistente (PGL) - Os gânglios linfáticos nesses pacientes estão inchados por três
meses ou mais.
Infecção sintomática - infecções oportunistas. Este conjunto
de sintomas e sinais é referido como o complexo relacionado com a SIDA (ARC).
AIDS - esta fase é caracterizada por imunodeficiência
grave. Há sinais de risco de vida infecções e tumores incomuns. Esta
fase é caracterizada por contagem de CD4 células T abaixo de 200 células/mm3.
Há um pequeno grupo de pacientes que desenvolvem AIDS muito lentamente, ou
nunca. Esses pacientes são denominados progressores.
Em
retrospecto, sabemos que a AIDS surgiu de um vírus antes chamado de SIV,
encontrado no sistema imunológico dos chimpanzés e do macaco-verde africano. O SIV
presente no macaco-verde teria criado o HIV2, uma versão menos agressiva, que
demora mais tempo para provocar a AIDS. Já os chimpanzés deram origem ao HIV1,
a forma mais mortal do vírus. Segundo o infectologista Jacyr Pasternak, do
Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo: "É provável que a
transmissão para o ser humano, tanto do HIV1 como do HIV2, aconteceu em tribos
da África central que caçavam ou domesticavam chimpanzés e macacos-verdes".
Sua transmissão passa de pessoa para pessoa. É mais comumente transmitida
por relações sexuais sem preservativo ou compartilhamento de agulhas infectadas
com o vírus. O HIV é
encontrado em todos os fluidos corporais, incluindo saliva, sistema nervoso, tecido e fluido espinhal, sangue, sêmen, fluido
pré-seminal, secreções vaginais, secreções do ânus ou nas paredes revestimento
anal, lágrimas e leite materno. A AIDS não tem cura e é considerado fatal o tempo para desenvolvimento
da doença pode ser de seis meses a 15 anos.
O Relatório da Unaids apontava, no final do ano de 2010, a existência -
no mundo - de 33,3 milhões de pessoas infectadas pelo vírus, dos quais 2,6
milhões eram novos casos registrados em 2009. A ONU emitiu um relatório em 2011
com novos e esperançosos números: estima-se que cerca de 34 milhões de pessoas
vivam com o vírus do HIV. Sendo o número de mortes relacionadas à AIDS menores
que nos anos anteriores: 1,7 milhões de mortes no ano passado – abaixo de 2,3
milhões em 2005 e de 1,8 milhões em 2010.
A
infecção com o HIV pode não produzir sintomas. Algumas pessoas, no
entanto, desenvolvem sintomas de gripe, com febre, erupção cutânea, dor de garganta
e inchaço dos gânglios linfáticos, geralmente 2-4 semanas após contrair o vírus
(síndrome retroviral aguda). Algumas pessoas com a infecção pelo HIV
permanecem assintomáticas. A terapia anti-retroviral suprime a replicação do
vírus HIV no corpo. Uma combinação de vários medicamentos, chamada de terapia
anti-retroviral altamente ativa (HAART), tem sido muito eficaz na redução do
número de partículas de HIV no sangue. Isto é medido pela carga viral (a
quantidade de vírus livre é encontrada no sangue). Prevenindo a replicação
do vírus pode melhorar a contagem de células T e ajudar o sistema imunológico
se recuperar da infecção por HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito
por meio de testes, realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue.
Esses testes podem ser realizados em unidades básicas de saúde, em Centros de
Testagem e Aconselhamento (CTA) e em laboratórios particulares. Nos CTA, o
teste anti-HIV pode ser feito de forma anônima e gratuita.
Com o advento de novas tecnologias e pesquisas a humanidade indaga por que
não foi criada uma vacina capaz de imunizar (curar) o vírus HIV? Em 2008 o
russo SaladinOsmanov (Unaids) apontou dificuldades para a descoberta da vacina:
“Nenhuma vacina até agora conseguiu fabricar anticorpos capazes de destruir o
vírus. Entre os motivos desse complicador está a escolha do local onde o HIV se
instada no organismo: Sistema Imunológico”.
Os medicamentos atuais de combate a AIDS utilizam como mecanismo de ação
impedir que as células se multipliquem. O que apenas controla a virulência do
HIV, já que sua replicação atinge níveis acima de 100 milhões de cópias/mL.
Contudo, cientistas andam otimistas em todo mundo com as novas estratégias: erradicando
o vírus do corpo de uma pessoa ou persuadindo o corpo a controlar o vírus
sozinho.
O pesquisador David Watkins, da Universidade de Washington e cientistas
do Instituto Oswaldo Cruz identificaram uma nova característica no grupo
controladores de elite (possuem o vírus HIV, mas não adquirem a doença). A
descoberta é que isso acontece pela ação das células T CD8 protetoras, que,
nessas pessoas, atuam matando as células T CD4, que são infectadas pelo HIV. O
estudo inova no combate à doença, porque até o momento a maior parte das
pesquisas vem centrando esforços em produzir vacinas com a utilização de
anticorpos.
Passados quase 30 anos, e com diversas vacinas experimentadas e tantas
outras em teste, cientistas crêem que em aproximadamente 40 a 50 anos
chegaremos a um menor número de infecções provocado pelo maior acesso aos
medicamentos que auxiliam os portadores a conviver com a doença.
Em nota, nesta terça-feira (27), UNAIDS e a Parceria Stop
TB firmaram hoje o acordo para atingir zero mortes de tuberculose (TB)
entre as pessoas que vivem com o HIV, afim de reduzir em 50% o número
de mortes até 2015. Em números tivemos uma redução de óbitos em 13% devido ao
maior acesso ao tratamento antirretroviral que corresponde a 45% analisados
entre 2009 a 2011.
Em setembro na Colômbia no Fórum Mundial de Líderes a temática era: "Um futuro
sem HIV / SIDA: Sonho ou Realidade?". Líderes globais de saúde debatiam
suas experiências e expectativas. O diretor executivo da Unaids Michel Sidebé
lembra que muito trabalho ainda precisa ser feito, incluindo melhorias no
tratamento e investimentos e, ressalta: "A velocidade com que temos
sido capazes de aumentar o número de pessoas em tratamento de HIV em apenas
alguns anos nunca foi visto antes na história da saúde
pública"."Hoje, 56 países no mundo foram capazes de estabilizar a
epidemia, ou diminuir significativamente o número de novas infecções pelo
HIV. Nós quebramos a trajetória de novas infecções pelo HIV e criou uma
dinâmica que nos permite dizer que estamos virando a maré sobre a AIDS. Mas
temos de continuar a investir em AIDS, se quisermos ver retornos adicionais
sobre nossos investimentos”, acrescentou.
Os objetivos antes ambiciosos demonstram controle da epidemia. As inovações em
pesquisas, fármacos, politicas publicas e políticas, e comunidade parecem agora
revelar o futuro: o número zero de infecções do HIV.
E como ajudar o Mundo, ONU e Unaids ?
PREVENÇÃO !!!
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